quarta-feira, 28 de abril de 2010

Politics and The English Language - Aprender a Escrever...

'It is rather the same thing that is happening to the English language. It becomes ugly and inaccurate because our thoughts are foolish, but the slovenliness of our language makes it easier for us to have foolish thoughts.'
George Orwell

Segundo Orwell, os interessados concordam que a língua inglesa está em mau estado e existe a noção generalizada de que o mesmo é resultado da decadência da civilização, nada podendo ser feito quanto ao assunto. O autor afirma que a imprecisão da linguagem é um reflexo do pensamento fraco e a precisão, pelo contrário, reflecte pensamento claro. Discorda, no entanto, da irreversibilidade da situação, contando que seja feito um esforço para tal e conclui que o pensamento claro é essencial para a regeneração política.

Para completar a sua ideia, apresenta cinco textos (que considera serem representativas do Inglês moderno, apontando em todos eles a falta de imagética e precisão), destacando cinco dos erros mais comuns na construção da prosa moderna, resultado do facto de os escritores não pararem para pensar na ideia que querem transmitir.
São eles o recurso a metáforas mortas, operadores verbais ou falsos membros, dicção pretenciosa e palavras vazias.

O primeiro refere-se a metáforas que perderam o seu poder evocativo, pelo facto de serem usadas sem conhecimento do seu verdadeiro significado ou origem.

O segundo refere-se à associação frequente de verbos a preposições, aumentando o número de sílabas, que dão uma aparência de simetria ao texto. Além disso, o leque de verbos é diminuido pelo acrescento de afixos, a voz passiva substitui a activa, as construções nominais substituem o gerúndio e nota-se uma tentativa de conferir profundidade a afirmações banais através da utilização da negativa.

O terceiro consiste na utilização de palavras complexas para enfeitar uma declaração simples ou conferir um ar científico e imparcial ao texto. Maus escritores, assombrados pela ideia de que as palavras latinas e gregas são superiores às saxónicas, recorrem constantemente a palavras estrangeiras para enriquecer os seus textos.

Finalmente, as palavras vazias são frequentes nas críticas de arte e literatura. Não tendo um significado aparente pela forma como são usadas, resultam em passagens longas e sem sentido. Vazias são também as palavras usadas de forma consciente, mas desonesta, quando a pessoa que as usa, atribuindo-lhes o seu próprio significado, não se importa que este seja diferente do dos seus ouvintes se isso se revelar favorável.

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