quarta-feira, 28 de abril de 2010

Don't Vote !

[Vídeo filmado pela altura das presidenciais nos E.U.A., quando Obama estava na corrida a Presidente.]


Desde muito nova que convivo com um irmão que é um aficionado por política…  Durante anos não percebi como é que isso era possível… Viver a política como quem vive um Clube?! Achava completamente impraticável viver fervorosamente debates de um grupo de pessoas que pareciam defender o que melhor lhes convinha e não o que convinha ao país. Pessoas corruptas, que só estavam na política por interesse! Esta era a minha  visão da política… Quer dizer, eu nunca tinha ouvido um debate mas era o que eu sabia do senso comum. Que a política é aborrecidíssima e, que político é sinónimo de ladrão.
E na verdade este meu desinteresse era desculpado pelo maior parte das pessoas, seguindo a teoria de que a política não é suficientemente apelativa para os jovens.
Mas depois vi um filme… É um triste lapso não poder citar integralmente aquilo que queria, mas foi algo como: “Ah tu não gostas de política?! Como é que isso é possível? Não te preocupas com a Saúde, a Educação, a Economia do País…? Não te interessa que o teu país apoie ou não uma guerra? Que a idade das reformas aumente, que a população envelheça e não haja população activa suficiente para garantir as suas próprias reformas no futuro? Realmente se não te importares, então a política não é para ti…”
Percebi que me importava... Foi então que comecei a pensar que realmente a política tinha um papel importantíssimo na sociedade, que eu não podia reclamar um direito ou protestar contra o não-cumprimento de uma determinada promessa política se eu não tivesse votado.
Por esta altura decidi que tinha que ser eu a criar a minha própria imagem da política. Tinha que lhe dar uma oportunidade e não podia olhá-la com um pré-conceito, o pré-conceito de que tudo na política é mau... Apercebi-me, com o tempo, e depois de ter criado o meu conceito de Esquerda e Direita, que a política era bonita e que o problema eram alguns políticos, ainda que não todos e, gosto de pensar, tão pouco a maioria.
Comecei a perceber que o afastamento dos jovens da política era resultado da não informação, e que esta não informação era culpa deles como tinha sido minha! Não podemos culpar os governos porque os debates são enfadonhos ou porque não fazem malabarismo na Assembleia… Lá, debate-se a vida real e a vida real não é feita, apenas, de grandes festas… Cabe aos jovens informarem-se, cabe aos jovens interessarem-se pelo País e pelo seu futuro, consciencializarem-se de que é inevitável que os próximos políticos sejam eles... A não ser que considerem a anarquia praticável! Estes jovens têm que crescer e deixar de ser encarados como crianças resmungonas que se queixam que a política está pouco direccionada para eles ou que é muito aborrecida! Crescer e serem eles a criar as iniciativas e a procurarem fazer política, deixarem o papel do pessimista que espera sentado ver as coisas acontecerem, enquanto atira a pedra e esconde a mão! 
Por favor, parem de culpabilizar os outros de algo de que só vocês têm culpa. Procurem, investiguem, informem-se, ouçam, comentem e verão que o bichinho nasce mais cedo ou mais tarde… Não estou a dizer que todos seremos deputados ou ministros ou vereadores, mas todos podemos ser interessados e informados! Além de que, tenho que admitir, faz-nos sentir realmente grandes podermos comentar um debate político e podermos comentar a legislação e as ideologias de um partido.
Eu gosto de afirmar que, agora, tenho uma cor política, que tenho uma ideologia e que, por isso, vivo o meu país mais intensamente… 
Ao interessarem-se, repararão que esta Ciência dos Gregos está presente em mais momentos e decisões da vossa vida do que possam alguma vez imaginar… Repararão que,  quando defendem a privatização das empresas, são de Direita e quando são a favor do casamento dos Homossexuais são de esquerda, que quando são contra as cotas das mulheres na assembleia  são de direita e que quando são a favor do aborto são de esquerda. Todas as vossas decisões têm uma tonalidade política, quer queiram quer não! Não podem fugir à política, portanto juntem-se a ela e construam com ela uma relação de amizade... 
Vale a pena…
Por isso que me apraz dizer que, hoje, já não sou um destes jovens sem cor! Hoje, tenho uma cor política!

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