quarta-feira, 28 de abril de 2010

Crítica de Imagem, Segundo Orwell.

Um dos meus primeiros posts foi a crítica de uma imagem referente a uma campanha de sensiblização sobre o vestuário feito de peles.
Agora, depois de ter estudado Orwell, parece-me pertinente fazer uma reflexão sobre a mesma tendo por base as ideias do autor, mencionadas em posts anteriores.
São elas:


  • Falta de Precisão
  • Falta de Imagética
  • Metáforas Moribundas
  • Operadores ou Membros Verbais Falsos
  • Dicção Pretenciosa
  • Palavras Vazias

Um dos erros cometidos foi o uso da negativa, utilizado geralmente como um artefacto da linguagem, para embelezar o discuro, mas que, no caso, resulta num discurso pouco claro. Ainda, posso salientar o uso de palavras vazias. Orwell diz-nos que as mesmas são usadas constantemente em críticas literárias e artísticas. Estas palavras têm uma carga conceptual muito elevada e, como tal, quase nunca são usadas considerando o seu verdadeiro sentido. Pelo contrário, são usadas de forma leviana. Assim, quando no texto é utilizada a expressão “apelar à humanidade da sociedade em geral”, é importante certificar-me que a referância a humanidade, como compaixão ou natureza humana, não engloba aqui um significado mais profundo do que o adequado na frase em questão. Deste modo, a palavra “humanidade” poderia ser susbtituída pela palavra “sensibilidade”.

Finalmente, o último ponto a apontar é a falta de clareza em algumas passagens do texto. Uma vez mais, a tentativa de criar um texto muito elaborado, retirando-lhe a simplicidade, retira-lhe tabém a clareza, tornando-o assim de difícil compreensão.

Fazendo referência a Italo Calvino, penso que os principais erros da crítica terão sido a falta de leveza e de exactidão: primeiro, porque algumas partes do texto são pouco elegantes, uma vez que são preteridas as palavras mais simples a palavras mais pesadas, mais rudes (“instigada”). Depois, porque algumas palavras são utilizadas de forma descuidada e aproximada (uma vez mais refiro “humanidade”, mas também “estilo ostentatório” e “morbidez”, sendo que o significado destes dois é pouco explícito.)

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