quarta-feira, 28 de abril de 2010

Alexandria.


[ Porquê falar de Alexandria? Na última aula, tivemos que cumprir um horário especial, na medida em que nos foi proposta uma actividade diferente: uma Caça ao Tesouro.


Mas não falo de Alexandria por considerar que esta é ou guarda um tesouro, ainda que seja da opinião de que isto é verdade. Falo de Alexandria porque o principal objectivo desta Caça ao Tesouro foi conhecermos a nossa Alexandria, a nossa Biblioteca, a Biblioteca Paraíso do Campus-FOZ da Católica.
Ficamos a conhecer os vários recursos online a que podemos ter acesso, nomeadamente os cerca de 60.000 periódicos sobre os mais variados temas, revistas como 'The economist' ou o 'Financial Times' e até bases de dados com informação financeira sobre as maiores empresas portuguesas e europeias.


Tudo através de um click!

Assim, faço, abaixo, uma breve referência à história à Biblioteca.]

O Império Macedónico estendeu-se por todo o mundo conhecido. Filipe II e Alexandre desenvolveram uma política de aproximação às culturas dos povos conquistados, que exigia a reunião e tradução dos seus livros, em especial os livros religiosos, uma vez que estes eram, segundo Canfora "a porta das suas almas". Interessa, também, referir que o Egipto era um país onde a tradição da cultura e das colecções sempre tinha existido, sendo que desde o tempo dos antigos faraós que existiam bibliotecas. 

Tudo indica que a construção de Alexandria se deveu à insistência de Demétrio de Falério, um talentoso filósofo exilado, que convenceu Ptolomeu a tornar Alexandria uma rival cultural de Atenas.  Para além dos inúmeros livros que Demétrío e Ptolomeu I compraram para a biblioteca, esta foi crescendo graças ao contributo que os sábios e os literados da época iam dando. A colecção de base, acumulada por Ptolomeu I, aumentou com enorme rapidez nos dois reinados seguintes. Assim, no reinado de Ptolomeu III, todos os navios mercantes fundeados no movimentado porto de Alexandria eram revistos e os livros encontrados retidos e copiados. Conta-se também que Ptolomeu III pedira emprestado a Atenas os manuscritos originais ou as cópias oficiais das grandes tragédias de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes (480 - 406 a.C.). Só depois de Ptolomeu ter assegurado a devolução através de um enorme depósito em dinheiro (quinze talentos) aceitaram ceder as peças. Mas este, que atribuía maior valor a esses manuscritos do que ao próprio ouro, preferiu perder a caução e conservar os originais na sua biblioteca. Os Atenienses tiveram que contentar-se com as cópias que Ptolomeu lhes enviou.

A dedicação e devoção revelada pelos soberanos do Egipto e pelos responsáveis pelo Museu permitiu reunir a maior colecção de livros da antiguidade. A Biblioteca continha, assim, tudo o que a literatura grega produzira de interessante

Há na extinção da Biblioteca de Alexandria uma série de componentes políticos. Há várias versões da sua destruição, sendo que nenhum povo quer ser responsabilizado por ter levado ao desaparecimento da biblioteca que reunia "os livros de todos os povos".  O mais provável é que a Biblioteca tenha sucumbido a vários incêndios.

A idéia de reerguer aquela que muitos consideram a mais formidável biblioteca de todos os tempos surge no final dos anos 70 na Universidade de Alexandria. Em 1988, o presidente egípcio, Hosni Mubarak, coloca primeira pedra mas é só em 1995 que as obras realmente começam.
O edifício de 11 andares, que custou 212 milhões de dólares (pagos com o auxílio da Unesco), foi concluído no ano de 2001. Só a sala de leitura da biblioteca principal tem 38.000 m2, sendo a maior do mundo. O objectivo é reunir 5 milhões de livros.
Uma das questões que se levanta é sobre a forma como o governo egípcio lidará com o assunto, uma vez que não é um entusiasta das liberdades de informação e expressão.

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