quarta-feira, 28 de abril de 2010

Morre Lentamente.


...

quem não viaja, quem não lê, 


quem não ouve música, 

quem não encontra graça em si mesmo. 

(...)

quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,

não se arrisca a vestir uma nova cor 
ou não conversa com quem não conhece. 
(...)
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, 
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, 
quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos. 
(...)
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante... 
(...)
quem abandona um projecto antes de o iniciar, 
não pergunta sobre um assunto que desconhece 
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. 

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar. 
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade



Pablo Neruda

[ Depois de uma reunião de acompanhamento de Projecto, tomei conhecimento de que os trabalhos de meio de semestre escolhidos pelos alunos de Economia e Gestão foram maioritariamente sobre ética.
É razão para perguntar 'Porquê?'... Por que razão os alunos de Economia e Gestão da Universidade Católica optaram pela realização de um trabalho relacionado com ética, quando tinham, também, como opção Macroeconomia, uma área que, à partida, lhes é mais confortável.
O que me leva a outra pergunta... Por que razão a minha escolha seguiu a da maioria?

De facto, Macroeconomia interessa-me mais do que Ética.
De facto, a minha primeira inclinação foi fazer o trabalho de Macro.
Mas mesmo assim, fiz o trabalho de Ética e não o de Macro.

E então porquê?

A verdade é que sabia que tinha que estar plenamente à vontade com todos os conceitos macroeconómicos para realizar um bom trabalho. E não estava...
Como tal, escolhi o caminho mais fácil. Não arrisquei.

Tivesse eu optado por Macro e, por esta altura, estaria preparada para o próximo mini-teste.
Tivesse eu feito um esforço adicional, num dado momento, e essa decisão só me traria vantagens, a médio prazo.

Não o fiz e agora estou atrasada para o estudo da disciplina...
Que fique a aprendizagem para as próximas vezes.]

Invictus.




Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.


In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance,
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate
I am the captain of my soul.

William Ernest Henley

[ Vi 'Invictus' este fim-de-semana. O filme relembrou-me o poema de Henley...]

Don't Vote !

[Vídeo filmado pela altura das presidenciais nos E.U.A., quando Obama estava na corrida a Presidente.]


Desde muito nova que convivo com um irmão que é um aficionado por política…  Durante anos não percebi como é que isso era possível… Viver a política como quem vive um Clube?! Achava completamente impraticável viver fervorosamente debates de um grupo de pessoas que pareciam defender o que melhor lhes convinha e não o que convinha ao país. Pessoas corruptas, que só estavam na política por interesse! Esta era a minha  visão da política… Quer dizer, eu nunca tinha ouvido um debate mas era o que eu sabia do senso comum. Que a política é aborrecidíssima e, que político é sinónimo de ladrão.
E na verdade este meu desinteresse era desculpado pelo maior parte das pessoas, seguindo a teoria de que a política não é suficientemente apelativa para os jovens.
Mas depois vi um filme… É um triste lapso não poder citar integralmente aquilo que queria, mas foi algo como: “Ah tu não gostas de política?! Como é que isso é possível? Não te preocupas com a Saúde, a Educação, a Economia do País…? Não te interessa que o teu país apoie ou não uma guerra? Que a idade das reformas aumente, que a população envelheça e não haja população activa suficiente para garantir as suas próprias reformas no futuro? Realmente se não te importares, então a política não é para ti…”
Percebi que me importava... Foi então que comecei a pensar que realmente a política tinha um papel importantíssimo na sociedade, que eu não podia reclamar um direito ou protestar contra o não-cumprimento de uma determinada promessa política se eu não tivesse votado.
Por esta altura decidi que tinha que ser eu a criar a minha própria imagem da política. Tinha que lhe dar uma oportunidade e não podia olhá-la com um pré-conceito, o pré-conceito de que tudo na política é mau... Apercebi-me, com o tempo, e depois de ter criado o meu conceito de Esquerda e Direita, que a política era bonita e que o problema eram alguns políticos, ainda que não todos e, gosto de pensar, tão pouco a maioria.
Comecei a perceber que o afastamento dos jovens da política era resultado da não informação, e que esta não informação era culpa deles como tinha sido minha! Não podemos culpar os governos porque os debates são enfadonhos ou porque não fazem malabarismo na Assembleia… Lá, debate-se a vida real e a vida real não é feita, apenas, de grandes festas… Cabe aos jovens informarem-se, cabe aos jovens interessarem-se pelo País e pelo seu futuro, consciencializarem-se de que é inevitável que os próximos políticos sejam eles... A não ser que considerem a anarquia praticável! Estes jovens têm que crescer e deixar de ser encarados como crianças resmungonas que se queixam que a política está pouco direccionada para eles ou que é muito aborrecida! Crescer e serem eles a criar as iniciativas e a procurarem fazer política, deixarem o papel do pessimista que espera sentado ver as coisas acontecerem, enquanto atira a pedra e esconde a mão! 
Por favor, parem de culpabilizar os outros de algo de que só vocês têm culpa. Procurem, investiguem, informem-se, ouçam, comentem e verão que o bichinho nasce mais cedo ou mais tarde… Não estou a dizer que todos seremos deputados ou ministros ou vereadores, mas todos podemos ser interessados e informados! Além de que, tenho que admitir, faz-nos sentir realmente grandes podermos comentar um debate político e podermos comentar a legislação e as ideologias de um partido.
Eu gosto de afirmar que, agora, tenho uma cor política, que tenho uma ideologia e que, por isso, vivo o meu país mais intensamente… 
Ao interessarem-se, repararão que esta Ciência dos Gregos está presente em mais momentos e decisões da vossa vida do que possam alguma vez imaginar… Repararão que,  quando defendem a privatização das empresas, são de Direita e quando são a favor do casamento dos Homossexuais são de esquerda, que quando são contra as cotas das mulheres na assembleia  são de direita e que quando são a favor do aborto são de esquerda. Todas as vossas decisões têm uma tonalidade política, quer queiram quer não! Não podem fugir à política, portanto juntem-se a ela e construam com ela uma relação de amizade... 
Vale a pena…
Por isso que me apraz dizer que, hoje, já não sou um destes jovens sem cor! Hoje, tenho uma cor política!

Reli.

As pessoas crescidas gostam de números. Quando lhes falam de um amigo novo, nunca perguntam nada de essencial. Nunca perguntam: "Como é a voz dele? A que é que ele gosta mais de brincar? Faz colecção de borboletas?" Em vez disso, perguntam: "Que idade tem? Quantos irmãos tem? Quanto é que ele pesa? Quanto ganha o pai dele?" Só então julgam ficar a saber quem é o vosso amigo. Se contarem às pessoas crescidas: "Hoje vi uma casa muito bonita de tijolos cor-de-rosa com gerânios nas janelas e pombas no telhado...", as pessoas crescidas não conseguem imaginá-la. Precisam de lhes dizer: Hoje vi uma casa que custou 100 mil contos". Então já são capazes de a admirar: "Mas que linda casa!"


Embora os escritos permaneçam, a sua interpretação varia...

Diferentes pessoas, com diferentes origens, com diferentes contextos sociais, em diferentes fases da vida podem ter diferentes interpretações de um mesmo livro. Isto é óbvio....

O que não é tão óbvio é que a mesma pessoa possa ter diferentes interpretações de um mesmo livro.

Esta é a minha relação com o "Principezinho" de Antoine de Saint-Exupéry...
Li o livro várias vezes em diferentes fases da minha vida.
Quando não me apetecia ler...
Quando me apetecia ler...
Quando não tinha nada para fazer...
E quando não tinha tempo para não fazer nada...
Quando fui criança,
pré-adolescente,
adolescente,
jovem,
e agora...

Em todas estas vezes adorei o livro e em todas estas vezes descobri alguma coisa...
Sobre o livro... Sobre mim...  Sobre o mundo...

Como criança, adorei a história de um menino com muitos sonhos, que viajava pelo mundo.
Como pré-adolescente, identifiquei-me com o menino incompreendido. Embora os nossos problemas não fossem os mesmos, era-o o estado de espírito.
E agora, partilhei com o narrador a obssessão das pessoas crescidas com diversas inutilidades, futilidades. Eu, que sou quase uma pessoa crescida apercebi-me que me podia tornar uma delas.

Esta é, para mim, a magia do Principezinho... A capacidade de se reinventar.
Não conheço muitos livros assim. Não conheço muitos livros tão simples, com a capacidade de transmitir tantas e tão complexas mensagens.

Obrigada Antoine de Saint-Exupèry...

As Intermitências da Morte.


'O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever. Às quatro da madrugada, quando a promessa de um novo dia ainda vinha em terras de França, levantava-se da enxerga e saía para o campo, levando ao pasto a meia dúzia de porcas de cuja fertilidade se alimentavam ele e a mulher.'



José Saramago é um escritor mediático.

Ateu assumido, defensor acérrimo de ideias da extrema esquerda, a sua carreira literária está marcada por polémicas.

Viu a proposta para prémio de um livro seu vetada por Sousa Lara, Ministro da Cultura de então. Pelo mesmo livro ganhou o Prémio Nobel da Literatura, sendo que é o único escritor português a ter conseguido tal feito.

Exilado em Espanha, é admirado por uns, detestado por outros, não sendo indiferente a nenhuns.

Com uma personalidade peculiar, também a obra de Saramago tem o seu quê de peculiaridade.

Sempre num tom satírico, o autor trata temas como o Estado, a religião, o poder... a morte. Este foi o primeiro livro de Saramago que li. Iniciei-o a medo. O que ouvira de Saramago não tornava a sua escrita muito apelativa. "Impossível", "intragável", "ilegível" são algumas das características que vi associarem ao autor. As minhas expectativas não eram muitas, portanto dizer que Saramago as superou não é suficiente. Já referir-me ao autor como um dos meus preferidos é um reconhecimento que se aproxima mais do impacto que Saramago teve em mim. 

Confesso que decidi ler o livro, para conhecer o único vencedor do Nobel de Literatura português ... Porque ficava bem dizer que conhecia a sua obra e porque queria ser capaz de entrar numa discussão subordinada ao tema: “Achas que Saramago foi um justo vencedor?”. "Intermitências da Morte" fala de morte, mas não faz a abordagem comum e melancólica a que estamos habituados.

A escrita do autor é, na verdade, muito estimulante. Utilizando uma expressão popular e pedindo desculpas a Orwell por ignorar a sua origem, rio-me a “bandeiras despregadas” com José Saramago. 

Goso de Saramago porque este não tenta parecer um intelectual, utilizando o maior número de palavras com mais de seis letras numa frase. Pelo contrário, utiliza uma linguagem muito simples, carregada de ironia e sarcasmo, enquanto “vai fazendo” a sua crítica à sociedade.

Miguel Esteves Cardoso.

[Normalmente, não costumo adicionar textos ao meu blog sem acrescentar uma reflexão acerca dos mesmos. Mas vou fazê-lo agora. Abaixo, transcrevo uma crónica de Miguel Esteves Cardoso, um dos escritores abordados no debate sobre estilística e jargão. Decidi fazê-lo, pois penso que a crónica fala pelo autor. E melhor do que comentar o estilo de daquele que é considerado por muitos o pioneiro de uma corrente de novos cronistas em Portugal, é analisá-lo e tirar as suas próprias conclusões.]

Primeiro, as verdades.
O Norte é mais Português que Portugal.
As minhotas são as raparigas mais bonitas do País.
O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela.
As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram.
Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde-branca. Verde-rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar-se brancoao olhar. Até o granito das casas.

Mais verdades.
No Norte a comida é melhor.
O vinho é melhor.
O serviço é melhor.
Os preços são mais baixos.Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia.

Estas são as verdades do Norte de Portugal.

Mas há uma verdade maior.
É que só o Norte existe. O Sul não existe.
As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta.
Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte.
No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista?
No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro.
Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país.
Não haja enganos.
Não falam do Norte para separá-lo de Portugal.
Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal.
Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal.
Mas o Norte é onde Portugal começa.
Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo.
Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte.
Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa.
Mais ou menos peninsular, ou insular.

É esta a verdade.
Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma cidade.
O Alentejo é especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à
parte. Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul - falam em Lisboa.
Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo.
As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente.

No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa.
O Norte cheira a dinheiro e a alecrim.
O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho.
Tem esse defeito e essa verdade.
Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.

O Norte é feminino.
O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher portuguesa. Como um brinco doirado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso.
As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos.
Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança.
Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade.
Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito. Gosto das pequeninas, com o cabelo puxado atrás das orelhas, e das velhas, de carrapito perfeito, que têm os
olhos endurecidos de quem passou a vida a cuidar dos outros. Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias. Gosto das burguesas, vestidas à maneira, de braço enlaçado nos homens. Fazem-me todas medo, na maneira calada como conduzem as cerimónias e os maridos, mas gosto delas.
São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem.
As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer. Em Viana, durante as festas, são as senhoras em toda a parte. Numa procissão, numa barraca de feira, numa taberna, são elas que decidem silenciosamente.
Trabalham três vezes mais que os homens e não lhes dão importância especial.
Só descomposturas, e mimos, e carinhos.

O Norte é a nossa verdade.
Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores.
Depois percebi. Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o "O Norte".

Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo. Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente.
No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima. Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita. O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho
ou Trás-os- Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.
O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm de dizer "Portugal" e "Portugueses". No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como "Norte". Como se fosse assim que chamassem uns pelos
outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?

Estilística e Jargão.


Quando é que a forma como escrevemos deixa de ser uma marca estilística e se torna um ciclo de redundâncias e palavras vazias? Artefactos da linguagem que utilizamos para 'embelezar' o texto, mas que têm o efeito contrário, tornando-o confuso e impossível de compreender ?

Esta foi, na minha opinião, a pergunta que tentámos responder, na última lecture, subordinada ao tema "Estilística e Jargão"...

É certo que conseguimos identificar uma crónica de Miguel Esteves Cardoso através das palavras simples, as frases curtas e o tom irónico.
É certo que quando ouvimos alguém dizer "Ah! E tal!" ou "O que tu queres sei eu, pah!", lembramo-nos imediatamente da forma como Ricardo Araújo Pereira o diz.
E é certo que quando lemos uma frase que é afinal um parágrafo, que por sua vez ocupa uma página inteira, cuja única pontuação são pontos e vírgulas, sabemos que estamos a ler Saramago.
(Pelo menos é certo para quem conhece os três autores.)

Sim, muitas vezes conseguimos identificar grandes escritores através de uma frase, de expressões características, do tom, da pontuação do texto.
E sim, são estas particularidades que tornam um escritor igual a si mesmo. Mas até encontrarmos o noss estilo, sugiro que procuremos o meio-termo que Aristóteles propõe que encontremos na vida.

Seguindo a linha orientadora de Orwell, proponho que evitemos palavras vagas, redundâncias, estrangeirismos, vocabulário pretencioso... Estes originam um discurso pouco claro, impreciso e confuso, que provoca erros de comunicação e os erros de comunicação podem sair caros.

Se não estamos a escrever um diário,
Se não estamos a escrever um conto, ou uma novela ou um policial,
Se não estamos a escrever por nós ou para nós,

Então, quando escrevemos, e até quando falamos, devemos ter a preocupação de adequar a nossa mensagem ao contexto.
Devemos ter em conta quem lê,
por quem escrevemos (se a título individual ou colectivo), 
qual a mensagem que queremos transmitir 

e, só depois, pensar em incluir o nosso estilo no texto.

O Papel da Virtude na Prossecução do Bem.


O homem deve agir de acordo com a sua natureza e tentar alcançar o equilíbrio que procura, utilizando em seu benefício as circunstâncias que o rodeiam.

Se, de entre os fins das acções a serem levadas a cabo há um pelo qual ansiamos por causa de si próprio e os outros são fins mas apenas em vista desse, esse fim será o bem supremo. 

Havendo um único fim para todas as acções realizáveis pelo Ser-Humano, esse será o bem que deverá ser alcançado pela acção humana. Não obstante, havendo uma multiplicidade de fins, o bem será o que de todos eles for o mais completo. Completo é aquele que é sempre escolhido por si próprio e nunca como meio em vista de um outro. É completo se se basta a si próprio, isto é, se é auto-suficiente. A felicidade é um fim deste género. Escolhemos ser felizes pela felicidade em si, e nunca visando o que daí possa resultar.  

Neste contexto, o objectivo da ética aristotélica é o estudo da felicidade como fim supremo para o bem do ser humano, que é alcançado através da virtude.  

A virtude moral é uma forma de excelência, um meio-termo entre dois vícios: um que envolve o excesso e o outro deficiência.  

O justo torna-se justo se realizar acções justas e ninguém se torna sério se não realizar acções sérias. Mas a maioria refugia-se na discussão teórica, pensando que esta é suficiente para se ser justo ou sério. O mesmo acontece com as virtudes. Estas fazem sentido se considerarmos a sua componente prática, uma vez que não são inatas. A educação tem, assim, um papel importante no processo, de desenvolvimento das virtudes, uma vez que irá desenvolver, nos homens, hábitos virtuosos. 

Em suma, Aristóteles propões uma ética do meio-termo na procura da felicidade, ou seja, propõe a procura de um ponto de equilíbrio entre o excesso e a deficiência, a virtude.

Aristóteles.


[ Temos, agora, uma nova proposta: o trabalho de meio de semestre. Este trabalho deve ter em conta tudo o que aprendemos até agora. Tivemos como opção discutir um de três temas, relacionados com três disciplinas diferentes: Comportamento Organizacional, Filosofia Social e Ética Empresarial e Macroeconomia.
Optei por debater o segundo: O Fim da Ética Aristotélia e o Papel da Virtude na Prossecução desse Fim.
O trabalho terá que ser constituído por 500 palavras imaculadas, sem erros ortográficos ou de sintaxe.
Como tal, considerei importante fazer referência a Aristóteles.
Inicialmente, pensei em reunir uma breve biografia, mas depois optei por transcrever algumas frases que este terá dito, em diversas situações, de acordo com Diógenes de Laércio, seu biógrafo, não muito fiel nem muito admirador, para que cada um possa tirar as suas próprias conclusões acerca do filósofo. ]





Qual a diferença entre os sábios e os ignorantes? A que há entre os vivos e os mortos.

O que envelhece mais depressa? A gratidão.

Que é a esperança? O sonho de um homem acordado.

Que é um amigo? Uma só alma em dois corpos.

Que comportamento devemos ter para com os amigos? Como gostaríamos que se comportassem connosco.

A um fala-barato que pedia desculpa por o ter incomodado respondeu: não tem importância, não estive a ouvi-lo.

Quando alguém o censurou por dar esmola a um vadio: não dei ao indivíduo, dei ao homem.

Plano Semestral de Trabalho IIÍ - Reflexão_ Semana 2, Fevereiro.

PREVISÃO:
Aulas: 19h30min
Actividades Extra-Curriculares: 12h
Estudo: 12horas


REALIDADE:

Aulas: 19h30min
Actividades Extra-Curriculares: 12h
Estudo: 10h

A previsão do horário semanal não correspondeu à realidade, pois as actividades extra-curriculares exigiram mais do meu tempo do que o previsto. O jogo de volley, Segunda-feira não se concretizou, por falta de comparência das adversárias. No entanto utilizei esse tempo, para trabalhar para a AEFEG. Cheguei a casa um pouco mais tarde do que o previsto e, como tal, só respeitei o horário de estudo a partir das 23h.

Por outro lado, na Quinta-feira, cheguei a casa mais cedo do que o previsto, pois o treino foi adiado. Assim, consegui cumprir o horário de estudo e prolonguei-o até às 23h para compensar o dia anterior. Como tal, no dia seguinte, fui incapaz de me levantar de manhã para estudar às 10h15, acordando uma hora mais tarde o que me retirou mais uma hora de estudo do horário previsto.

Tenho assim, alguma matéria atrasada em macroeconomia, pois não consegui rever toda a matéria de 11º Ano de Economia, e a Matemática, pois não consegui resolver todos os exercícios da matéria dada.

Em jeito de conclusão, as actividades extra-curriculares tiverem um peso relativo maior do que esperado e aconteceu o inverso com as horas de estudo. Desta forma, considerando o balanço entre as previsões e a realidade, o principal aspecto a mudar na planificação da próxima semana é o cálculo dos tempos de transportes e de refeições (‘tempos mortos’), que têm que ser aumentados.

Máfia Siciliana.


[Imagem relativa ao filme 'O Padrinho', um dos mais conhecidos retratos da Máfica.]

A Máfia é uma sociedade secreta à qual estão associadas um conjunto de características mais ou menos conhecidas do senso comum. No entanto, nenhuma poderá ser confirmada pois não há registos que o façam. Pensa-se que as relações negociais entre a ‘organização’ e outras entidades e os contractos que daí resultam assentam em acordos verbais.

O termo ‘organização’ aparece entre aspas pois não há acordo acerca da definição da Máfia como uma organização. Dependendo dos autores, as definições de organização são variáveis e, como tal, dependendo das interpretações, a Máfia poderá ser ou não uma organização. Segundo Peter Robb, o desaparecimento de fundos europeus ou a morte de milhares, visando o alcance dos objectivos organizacionais (fazer dinheiro), ou o facto de existirem indicadores como o processamento, compra, fornecimento, margens de lucro e impacto socio-económico são algumas das provas que confirmam a dimensão organizacional da Máfia. Pelo contrário, o facto de esta não ter logotipo, declarações de missão ou lançamentos públicos – publicidade é uma actividade sub-desenvolvida - contrariam esta definição. Não obstante, o fluxo da agência e o seu lugar no espaço e no tempo parecem tão extensos e intensos, que o mesmo parece impossível sem uma estrutura organizacional que o permitisse.

Aos elementos da Máfia é atribuído o conceito “Homens de Honra”, na medida em que estes serão conhecidos por seguir um conjunto de regras subentendidas, valorizando a palavra dada.

Outra característica muito importante é a a hierarquização da organização. Conseguimos identificar elementos como o chefe, também conhecido como “dom” (no topo da cadeia hierárquica, as decisões mais importantes são tomadas por ele e o dinheiro obtido pela família é gerido pelo mesmo.), o sub-chefe ou capos (imediatamente a seguir ao sub-chefe), cujo número depende da dimensão do grupo. Finalmente, no nível mais baixo, surgem os soldados. São estes os responsáveis pelo “trabalho sujo”. Tal como os capos, o seu número é variável e depende da dimensão da família a que pertencem.

Resta mencionar duas posições que deixei para último pelo facto de não fazerem parte da família, directamente: os associados e os consiglieri. Os primeiros, que podem ser advogados, traficantes, políticos, colaboram em trabalhos eventuais dependendo da sua utilidade. Os segundos serão escolhidos pelos elementos da família e não pelo chefe, para darem opiniões imparciais, embora se pense que não seja sempre isso que acontece.

O discurso é um recurso primário de qualquer organização, sendo-o também da Máfia. Termos como “La Cosa Nostra” (que designa a própria máfia), “Homem-feito” (homem que foi oficialmente iniciado na família mafiosa), “Omerta” (lei do silêncio) ou “filata” (que quer dizer enganada) fazem parte da gíria mafiosa.

Só podem fazer parte da máfia homens de ascendência italiana. Em alguns casos, têm que ter pai e mãe italianos, noutros é suficiente que tenham pai italiano. Têm, ainda, que se sentir confortáveis com a ideia de cometer actos de violência.

O “Homem feito” deve colocar a Máfia acima de Deus e da família biológica.

Recentemente, a polícia italiana descobriu que, a exemplo da igreja católica, a máfia siciliana redigiu uma lista com dez regras que devem ser seguidas pelos elementos da organização, à imagem dos dez mandamentos.

Finalmente, fazendo referência a características mais superficiais e imediatamente observáveis, os mafiosos vestem roupas elegantes, fumam charutos cubanos, bebem vinho tinto e comem bem. O chefe de um clã deve ser discreto, não podendo aparentar pertencer à organização criminosa, nas actividades quotidianas, ou revelar o seu status a outros que não os companheiros a quem tenha sido previamente apresentado ritualmente. Geralmente, limita-se a ter contactos com a alta hierarquia, expondo-se o menos possível aos militantes da base. Deve viver sem ostentação.

Crítica de Imagem, Segundo Orwell.

Um dos meus primeiros posts foi a crítica de uma imagem referente a uma campanha de sensiblização sobre o vestuário feito de peles.
Agora, depois de ter estudado Orwell, parece-me pertinente fazer uma reflexão sobre a mesma tendo por base as ideias do autor, mencionadas em posts anteriores.
São elas:


  • Falta de Precisão
  • Falta de Imagética
  • Metáforas Moribundas
  • Operadores ou Membros Verbais Falsos
  • Dicção Pretenciosa
  • Palavras Vazias

Um dos erros cometidos foi o uso da negativa, utilizado geralmente como um artefacto da linguagem, para embelezar o discuro, mas que, no caso, resulta num discurso pouco claro. Ainda, posso salientar o uso de palavras vazias. Orwell diz-nos que as mesmas são usadas constantemente em críticas literárias e artísticas. Estas palavras têm uma carga conceptual muito elevada e, como tal, quase nunca são usadas considerando o seu verdadeiro sentido. Pelo contrário, são usadas de forma leviana. Assim, quando no texto é utilizada a expressão “apelar à humanidade da sociedade em geral”, é importante certificar-me que a referância a humanidade, como compaixão ou natureza humana, não engloba aqui um significado mais profundo do que o adequado na frase em questão. Deste modo, a palavra “humanidade” poderia ser susbtituída pela palavra “sensibilidade”.

Finalmente, o último ponto a apontar é a falta de clareza em algumas passagens do texto. Uma vez mais, a tentativa de criar um texto muito elaborado, retirando-lhe a simplicidade, retira-lhe tabém a clareza, tornando-o assim de difícil compreensão.

Fazendo referência a Italo Calvino, penso que os principais erros da crítica terão sido a falta de leveza e de exactidão: primeiro, porque algumas partes do texto são pouco elegantes, uma vez que são preteridas as palavras mais simples a palavras mais pesadas, mais rudes (“instigada”). Depois, porque algumas palavras são utilizadas de forma descuidada e aproximada (uma vez mais refiro “humanidade”, mas também “estilo ostentatório” e “morbidez”, sendo que o significado destes dois é pouco explícito.)

Plano Semestral de Trabalho II - Actividades Extra-Curriculares.


As actividades extra-curriculares ocupam uma percentagem relativamente elevada do meu tempo e, como tal, é absolutamente necessário incluí-las na hora de tratar do seu planeamento.

São elas o CIJAF, o Grupo de Jovens, a Comissão de 1º Ano, a AEFEG, a equipa de volley AEFEG e o Instituto de Inglês.

Embora todas elas exijam um trabalho contínuo, o investimento que faço traz-me vantagens. Algumas destas a curto prazo, outras a médio e a longo.

Com a participação nestas actividades, desenvolvi a minha capacidade de comunicação e reflexão, desenvolvi competências de trabalho em equipa e, também, de organização pelo facto de esta ser uma exigência para o bom desempenho em cada uma delas.

Plágios.

Plágio.

[ Depois da realização da actividade "Caça ao Tesouro", foi-nos proposto o resumo de um artigo publicado na “Journal of Business Ethics”, pelos autores Neil Granitz e Dana Loewy, intitulado “Applying Ethical Theories: Interpreting and Responding to Student Plagiarism".
Abaixo, transcrevi o que considero essencial para que se perceba o objectivo do artigo.]


Embora o uso da Internet tenha resultado num aumento da eficiência e da eficácia, é também, em grande parte, responsável pelo aumento do plágio.

Apesar de professores e estudantes terem ao seu dispor ferramentas de verificação de originalidade, os autores do texto são da opinião de que uma melhor abordagem seria perceber as razões que os alunos utilizam para justificar o plágio e encontrar métodos que o evitem.

Pesquisas anteriores mostram que quando confrontados com um dilema ético, os alunos fundamentam as suas acções, baseando-se em diferentes teorias éticas. São elas a deontologia, o utilitarismo, o maquiavelianismo, o relativismo cultural e a ética contingente e situacional. Neste contexto, o objectivo do ensaio, é perceber quais as teorias mais utilizadas e, quando possível, desenvolver recomendações para evitar o plágio.

Está demonstrado que comportamentos pouco éticos nas escolas são geralmente transportados para situações do dia-a-dia. Daí a importância deste estudo que poderá, também, servir de guia e de incentivo à concepção e atribuição de fundos a programas de encorajamento da originalidade e de instrução de professores sobre as técnicas para o evitar. Adicionalmente, preencherá uma lacuna no que diz respeito aos estudos sobre razões por trás do comportamento desonesto.

Alexandria.


[ Porquê falar de Alexandria? Na última aula, tivemos que cumprir um horário especial, na medida em que nos foi proposta uma actividade diferente: uma Caça ao Tesouro.


Mas não falo de Alexandria por considerar que esta é ou guarda um tesouro, ainda que seja da opinião de que isto é verdade. Falo de Alexandria porque o principal objectivo desta Caça ao Tesouro foi conhecermos a nossa Alexandria, a nossa Biblioteca, a Biblioteca Paraíso do Campus-FOZ da Católica.
Ficamos a conhecer os vários recursos online a que podemos ter acesso, nomeadamente os cerca de 60.000 periódicos sobre os mais variados temas, revistas como 'The economist' ou o 'Financial Times' e até bases de dados com informação financeira sobre as maiores empresas portuguesas e europeias.


Tudo através de um click!

Assim, faço, abaixo, uma breve referência à história à Biblioteca.]

O Império Macedónico estendeu-se por todo o mundo conhecido. Filipe II e Alexandre desenvolveram uma política de aproximação às culturas dos povos conquistados, que exigia a reunião e tradução dos seus livros, em especial os livros religiosos, uma vez que estes eram, segundo Canfora "a porta das suas almas". Interessa, também, referir que o Egipto era um país onde a tradição da cultura e das colecções sempre tinha existido, sendo que desde o tempo dos antigos faraós que existiam bibliotecas. 

Tudo indica que a construção de Alexandria se deveu à insistência de Demétrio de Falério, um talentoso filósofo exilado, que convenceu Ptolomeu a tornar Alexandria uma rival cultural de Atenas.  Para além dos inúmeros livros que Demétrío e Ptolomeu I compraram para a biblioteca, esta foi crescendo graças ao contributo que os sábios e os literados da época iam dando. A colecção de base, acumulada por Ptolomeu I, aumentou com enorme rapidez nos dois reinados seguintes. Assim, no reinado de Ptolomeu III, todos os navios mercantes fundeados no movimentado porto de Alexandria eram revistos e os livros encontrados retidos e copiados. Conta-se também que Ptolomeu III pedira emprestado a Atenas os manuscritos originais ou as cópias oficiais das grandes tragédias de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes (480 - 406 a.C.). Só depois de Ptolomeu ter assegurado a devolução através de um enorme depósito em dinheiro (quinze talentos) aceitaram ceder as peças. Mas este, que atribuía maior valor a esses manuscritos do que ao próprio ouro, preferiu perder a caução e conservar os originais na sua biblioteca. Os Atenienses tiveram que contentar-se com as cópias que Ptolomeu lhes enviou.

A dedicação e devoção revelada pelos soberanos do Egipto e pelos responsáveis pelo Museu permitiu reunir a maior colecção de livros da antiguidade. A Biblioteca continha, assim, tudo o que a literatura grega produzira de interessante

Há na extinção da Biblioteca de Alexandria uma série de componentes políticos. Há várias versões da sua destruição, sendo que nenhum povo quer ser responsabilizado por ter levado ao desaparecimento da biblioteca que reunia "os livros de todos os povos".  O mais provável é que a Biblioteca tenha sucumbido a vários incêndios.

A idéia de reerguer aquela que muitos consideram a mais formidável biblioteca de todos os tempos surge no final dos anos 70 na Universidade de Alexandria. Em 1988, o presidente egípcio, Hosni Mubarak, coloca primeira pedra mas é só em 1995 que as obras realmente começam.
O edifício de 11 andares, que custou 212 milhões de dólares (pagos com o auxílio da Unesco), foi concluído no ano de 2001. Só a sala de leitura da biblioteca principal tem 38.000 m2, sendo a maior do mundo. O objectivo é reunir 5 milhões de livros.
Uma das questões que se levanta é sobre a forma como o governo egípcio lidará com o assunto, uma vez que não é um entusiasta das liberdades de informação e expressão.

Plano Semestral de Trabalho.

[A título de exemplo, incluí a imagem acima que corresponde à estruturação de uma das minhas semanas]


O Plano Semestral de Trabalho é uma ferramenta de organização do tempo do Semestre. Nele incluirei as horas curriculares e as dedicadas a actividades extra-curriculares que considero ocuparem uma percentagem significativa do meu tempo e que, como tal, devem ser tidas em consideração aquando do planeamento do meu horário de estudo e de trabalho em outras tarefas escolares.

O Plano não será uma ferramenta estática a seguir escrupulosamente. Considerá-lo-ei uma aproximação da realidade, tendo em conta as previsões possíveis. Desta forma, será uma ferramenta flexível e dinâmica que se adaptará ao volume de trabalho estimado em cada semana.

Para dele poder retirar maior utilidade, sofrerá uma actualização contínua, que requer reflexões semanais acerca dos aspectos a manter e melhorar.

Em suma, o plano não é uma estruturação exacta do meu tempo, mas um instrumento para monitorizar as minhas actividades, de forma a conseguir o melhor aproveitamento possível do tempo disponível.