terça-feira, 1 de junho de 2010

Por Que Mereço um 20 a Projecto Multidisciplinar I ?



Esta foi uma das perguntas de desenvolvimento que saiu no Teste Global de Projecto Multidisciplinar I. Pareceu-me uma boa forma de finalizar o blog e, consequentemente, o meu trabalho nesta disciplina.

Por que razão mereço eu um 20 a PM I ?
A verdade é que, matematicamente não o mereço. Não tive 20 em todos os meus trabalhos...
Também no que diz respeito à compreensão dos conceitos leccionados nas lectures, provavelmente não o mereço. Continuo sem saber a 100% todas as matérias leccionadas. Aliás, algumas não saberei a 70%...

Por estas razões o 20 parece um contra-censo. Mas não o é, de acordo com a minha visão da disciplina.
Segundo esta visão, PM I é uma disciplina que deve avaliar, acima de qualquer outra competência, a capacidade de aprendizagem do aluno. Que deve avaliar a sua evolução... E, sem qualquer modéstia, a minha foi evidente.
Cada um dos meus trabalhos é incomparavelmente melhor do que o anterior e, se os fizesse agora, com certeza seriam melhores do que foram na primeira tentativa.

Mereço um 20 porque tracei e alcancei os meus próprios objectivos para a disciplina.
Orientei-me pelo plano proposto, mas fiz os meus desvios. Aproveitei as ferramentas da linha orientadora, mas complementei-as, por iniciativa própria, de acordo com aquilo que considerei mais significativo para a minha formação, em cada momento.
Essencialmente, mereço um 20, pois acredito que se tivesse a oportunidade de refazer tudo, mas agora com a bagagem de competências que adquiri, poderia estar a defender um 20, matematicamente...

Mereço um 20 porque existe um 'antes de PM I' e um 'depois de PM I'...

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Um Blog para o quê ...? - Take 2


Agora que estamos no final do semestre e em altura de reflexões, reli alguns dos meus posts antigos, para tentar perceber o que mudou.
E várias coisas mudaram...

As palavras definidoras dos meus objectivos iniciais são, essencialmente registo, depósito, organização. O meu blog começou, assim, por ser uma recolha sistemática de todos os trabalhos propostos, na disciplina.

Neste momento, substituiria essas palavras por complemento, reflexão, aprendizagem.

O blog foi, para mim, um local de reflexão... Do que fiz, do que poderia ter feito e daquilo que farei para compensar o que não foi feito.
O blog foi, para mim, um complemento de todos os trabalhos propostos... Onde pude fazer mais do que o pedido, de acordo com a importância de cada tema na minha vida académica e até pessoal.

O blog foi, para mim, um local de aprendizagem... Por todas as razões acima. Porque a aprendizagem exije evolução e mudança de atitude e a mudança gritante de objectivos e de perspectiva é um sinal de aprendizagem, de evolução.

Por isso, obrigada ao Blog. Por ter sido um local de aprendizagem.

Coerência e Coesão.


Faltei à lecture sobre coerência e coesão. Como tal não sei qual foi a abordagem dada pelo professor ao tema e, como tal, o trabalho que desenvolvi em casa é puramente de investiação gramatical.
Assim, segundo a Gramática de Português da Porto Editora e apontamentos da aula:
Coesão textual diz respeito aos processos linguísticos que permitem a sequencialização linear dos elementos da superfície textual. Tem que ver com a forma como o texto está construído e com o papel dos conectores, advérbios e pronomes num texto.
Coerência é a propriedade do texto enquanto unidade global. Diz respeito à intenção global do locutor, ligada a um determinado género discursivo e, simultaneamente, a uma interpretação feita pelo interlocutor que faz um determinado juizo de adequação sobre o texto/discurso.
As Regras de Coerência são:

1) Regra da Recorrência - memorização aumenta pela repetição;
2) Regra da Progressão - necessidade de uma renovação constante, mas equilibrada da informação semântica;
3) Regra da Não-Contradição - no desenvolvimento não pode surgir nenhum elemento semântico que contradiga o que antes se afirmou;
4) Regra da Relação -
para que uma sequência ou um texto sejam coerentes é necessário que os factos, no mundo representado, sejam congruentes, no mundo reconhecido por aquele que avalia o texto.

Criação Publicitária.


A proposta de trabalho de avaliação contínua feita na lecture sore "Narrativa Escrita e Narrativa Fílmica" foi elaborar o guião para um anúncio publicitário para uma de duas marcas: a Polaroid ou a Rip Curl. Escolhi a Rip Curl.

Existem dois métodos de criação publicitária: o check-list e o método de exploração analógica.

O primeiro faz uma abordagem mais descritiva do produto, sendo que o principal objectivo é dá-lo a conhecer. Desta forma, o produto é apresentado através de uma contextualização histórica ou através da enunciação ou explicação dos seus métodos de produção. Ainda, podem ser focados a apresentação/design do produto, o seu modo de acção e o efeito provocado pelo seu uso.

As check-lists são, assim, um método mais estruturado que exije menos criatividade.
Por sua vez, a exploração analógica baseia-se mais na criatividade do criador da publicidade.
O objectivo é reduzir a mensagem ao que ela tem de essencial, procurando encontrar uma analogia que foque o carácter essencial da mensagem. Ou seja, o sucesso deste método baseia-se na concepção de uma boa metáfora, capaz de traduzir o conceito que se quer vender.

Neste contexto, escolhi o método de exploração analógica para elaborar o meu anúncio. Parece-me mais apelativo, na minha opinião, vender o conceito ou a atitude do produto do que o produto em si, uma vez que o segundo processo é mais técnico e, logo, mais maçador.

Desta forma, optei por comparar o surfista com o fato da Rip Curl a um Super-Herói, capaz de suportar o frio. A minha abordagem centrou-se, essencialmente no factor “frio”, na medida em que o que o produto traz de novo é exactamente a capacidade de conferir ao seu utilizador, tolerância a temperaturas baixas.

Abaixo, o guião do anúncio:
[ Dois surfistas estão na praia, num dia tempestuoso, aparentemente frio, frente a um mar agitado.
Estão ambos trémulos, devido ao frio.
No entanto, o turista do lado esquerdo (X) tem um ar forte e olha com alguma arrogância para o surfista do lado direito (Y) que é, por sua vez, mais franzino.
Em tom de desafio, o primeiro corre para o mar. Ao aperceber-se que esta está gelada, sai disparado.
Foca-se a cara de X. Enregelado, não consegue disfarçar o orgulho ferido.
Y continua sereno sem se manifestar.
O zoom da mão esquerda de X, mostra-o a ligar um interruptor do lado esquerdo do fato, que mudar a sua cor.
X corre em direcção ao mar, sob o olhar incrédulo de Y que está, agora envolto numa tolha, ainda por causa do frio.
Y apanha uma grande onda. Da expressão facial de X, depreende-se irritação e surpresa.
Y sai da água, com uma postura vitoriosa, qual super-herói.
Faz-se zoom, com o objectivo de focar Y a partir do tronco. A imagem pouco nítida, da qual conseguimos perceber apenas a silhueta e a cor do fato, permite ler a frase:
'Even Pros get Chilly. Stop acting like a Hero. With Rip Curl's Heating Suit, you can be one!]

domingo, 30 de maio de 2010

Narrativa Escrita e Narrativa Fílmica.




'Num filme o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação.'

Na lecture sobre "Narrativa Escrita e Narrativa Fílmica", o desenvolvimento do tema deu-se essencialmente em torno de um excerto do filme "O Silêncio dos Inocentes"
Depois de o analisarmos minuciosamente, apercebemo-nos de que, mesmo quando entendemos um filme, da primeira vez que o assistimos, aquilo que permanece é essencialmente o quadro geral.

O que quero dizer é que há determinados elementos da narrativa cuja compreensão está subentendida e, como tal, nós não somos capazes de os reproduzir detalhadamente se nos perguntarem sobre eles, mais tarde.

Elementos como a cor, a música, o ritmo, o local de filmagem, a posição das personagens no espaço e a sua linguagem corporal são fundamentais na compreensão da narrativa, ainda que através de um processo inconsciente.

Penso que um bom exemplo desta ideia são os filmes de Charlie Chaplin. Sendo filmes mudos, a sua compreensão requer uma atenção maior, pois depende de expressões faciais, da localização dos objectos e das personagens, da música e da linguagem corporal do protagonista.
Assim, a linguagem verbal nem sempre é o elemento mais importante no entendimento de uma narrativa e Charlie Chaplin é um bom exemplo disso mesmo.

Plano Semestral de Trabalho IIÍ - Reflexão_ Mês Abril

Este mês, adoptei uma estratégia diferente no que diz respeito às reflexões.
Depois da elaboração de várias, cheguei à conclusão de que perdia mais do que ganhava com a sua elaboração. O custo de oportunidade de uma reflexão é demasiado elevado, tendo em conta os ganhos que esta me trás.
Mantenho a opinião de que as reflexões são importantes, na medida em que me permitem fazer um balanço e, daí, retirar aprendizagens para acções futuras semelhantes, ou seja, reflectindo acerca da distribuição do meu tempo isso permite-me retirar conclusões acerca de uma melhor distribuição.
Não obstante, parece-me exagerado fazer uma reflexão semanal, uma vez que o tempo dispendido a fazê-la é demasiado elevado tendo em conta aquilo que efectivamente aprendo neste período de tempo. Neste contexto, optei por fazer apenas uma reflexão mensal que seja

PREVISÃO:
Aulas: 52h30min
Actividades Extra Curriculares: 16h
Estudo: 80h30min
Avaliações: 1h15min
 
REALIDADE:
Aulas: 52h30min
Actividades Extra Curriculares: 16h
Estudo: 80h30min
Avaliações: 1h15min


O planeamento deste mês estava relativamente bem feito, na medida em que não tinha nenhuma activida curricular (ou extra-curricular) extraordinária e, como tal, tive muito tempo livre para dedicar ao estudo e ao adiantamento de trabalhos.
No entanto, e talvez por isso mesmo, pelo facto de não me sentir pressionada, encarei as tarefas que tinha que levar a cabo de uma forma leviana e muito pouco organizada. Como tal, tenho, já, tarefas em atraso para o próximo mês. Ainda, o facto de não ter, previamente introduzido os testes no horário correcto (nomeadamente o de matemática) gerou alguma desorganização na semana de testes, pelo facto de ter havido sobreposição.
Por ter faltado há aula teórica de Projecto, na Semana 5, fui incapaz de fazer o trabalho proposto no Workshop da respectiva aula.
Continuo atrasada na matéria de Macroeconomia e ainda não finalizei o trabalho de Ética, proposto no início do ano, a ser entregue na 4ª semana de Maio.

Plano Semestral de Trabalho IIÍ - Reflexão_ Semana 4, Março.

PREVISÃO/REALIDADE:
Aulas: 15h30min
Actividades Extra-Curriculares: 4h
Estudo: 15h30min
Avaliações: 1h15min

Esta foi uma semana em que as o planeado foi significativamente o realizado efectivamente.
Isto deveu-se ao facto de ter trabalhado sobre pressão, uma vez que na semana anterior deixei grande parte da matéria em atraso, devido à organização do Fim-de-Semana Carvalho Guerra.
Por esta altura, tenho já algumas conclusões a tirar. Estou relativamente atrasada no estudo da disciplina Macroeconomia, o que significa que nas próximas semanas terei que dedicar mais horas a esta disciplina, pensando já nos próximos testes e exame.

Plano Semestral de Trabalho IIÍ - Reflexão_ Semana 3, Março.

PREVISÃO:
Aulas: 23h
Actividades Extra-Curriculares: 51
Estudo: 8,5

REALIDADE:
Aulas: 23h
Actividades Extra-Curriculares: 55,5h
Estudo: 3h
A organização prévia desta semana não foi a mais correcta. Houve uma discrepância relativamente grande entre a previsão feita e a realidade.
Esta foi a semana do Fim-de-Semana Carvalho Guerra e o tempo que tive que dedicar à preparação da participação desta actividade foi superior ao que previ, inicialmente. Isto aconteceu pelo facto de as reuniões marcadas antecipadamente não terem sido suficientes para finalizar toda a actividade.
Assim, tive que sacrificar algumas horas de estudo em detrimento desta actividade extra-curricular. Não houve forma de contrariar a situação, pois esta já era uma semana relativamente ocupada.
Ainda, diminuí uma hora de estudo adicional, na medida em que a semana foi mais desgastante do que o esperado e, como tal, o meu poder de concentração diminuiu
 

Plano Semestral de Trabalho IIÍ - Reflexão_ Semana 2, Março.

PREVISÃO:

Aulas: 4h30min
Actividades Extra-Curriculares: 7h
Estudo: 28horas
Avaliações: 2h30min

REALIDADE:
Aulas: 4h30min
Actividades Extra-Curriculares: 7h
Estudo: 28h
Avaliações: 2h30min


Uma vez mais, o horário foi relativamente respeitado.
Esta semana apresenta uma diferença pelo facto de incluir avaliações que constituem uma parte do tempo, geralmente ocupado pelas aulas
É importante apenas referenciar que as horas de estudo desde as 10h14 às 23h englobam intervalos para refeições e para desanuviar, a cada 2horas aproximadamente. Não incluí os intervalos para simplificação e porque estes estão em grande parte dependentes do desenvolvimento do estudo e da minha capacidade de concentração em cada hora.

Plano Semestral de Trabalho IIÍ - Reflexão_ Semana 1, Março.

PREVISÃO:
Aulas: 19h30min
Actividades Extra-Curriculares: 13h
Estudo: 16horas

REALIDADE:
Aulas: 19h30min
Actividades Extra-Curriculares: 13h
Estudo: 16h

O horário desta semana foi relativamente respeitado, o que me diz que as alterações que têm sido feitas de semana para semana têm estão no sentido correcto, isto é, com o tempo, tenho conseguido adaptar melhor o plano à minha situação.

O facto de as distribuições de tempo serem semelhantes não diz, no entanto, que o plano foi respeitado escrupolosamente, mas sim que houve uma aproximação mais do que satisfatória entre a previsão e a realidade, o que me leva a concluir que o plano semestral se revelou uma ferramenta de grande utilidade.

Plano Semestral de Trabalho IIÍ - Reflexão_ Semana 3, Fevereiro.

PREVISÃO:
Aulas: 19h30min
Actividades Extra Curriculares: 22h
Estudo: 9horas
 
REALIDADE:
Aulas: 19h30min
Actividades Extra-Curriculares: 14h
Estudo: 10h


Esta semana houve algumas diferenças significativas entre as previsões e a realidade semanais.

Primeiro, na Segunda-feira, o período que reservei ao jogo de volley foi inferior ao necessário na realidade. Assim, cheguei a casa por volta das 18h30 apenas e, como tal, só comecei a estudar mais tarde.

Em relação a Terça-feira, por motivos de transporte, não consegui assistir à apresentação da CASO na Católica. Também Quinta, não consegui fazê-lo. As duas horas que até agora retirei às actividades extra-curriculares, nas apresentações da CASO, distribuí-as pelo volley que exigiu mais tempo do que o estimado. Também a formação das sondagens demorou um pouco mais do que o esperado. A grande diminuição no tempo dedicado às actividades extra-curriculares deve-se, assim ao adiamento das sondagens, por motivos meteorológicos. Este período de tempo que estava inicialmente reservado para as sondagens, dediquei-o a lazer.

Em jeito de conclusão, uma vez mais as actividades extra-curriculares tiveram um peso relativo superior ao estimado e o mesmo aconteceu com as horas de estudo. Considerando o balanço entre as previsões e a realidade, os principais aspectos a mudar na planificação da próxima semana são: a consideração do cansaço nas horas de estudo, isto é, depois de um dia muito preenchido, a minha capacidade de concentração é menor o que impossibilita que consiga estudar durante um período de tempo muito grande continuamente. Ainda, pela segunda semana consecutiva, calculei inferiormente o número de horas a dedicar às actividades extra-curriculares.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Projecto Multidisciplinar I.

Não perguntem o que o vosso país pode fazer por vocês, mas o que vocês podem fazer pelo vossa país, Robert Kennedy


Trabalho... Tempo... Energia... Dispêndio de trabalho, de tempo e de energia... Esta era a minha opinião inicial da disciplina...
Dizer que superou as minhas expectativas não é motivo de grande orgulho, pois a verdade é que não tinha nenhumas. E a verdade é que não as tinha por não perceber o conceito da disciplina.
Sim, é preciso trabalho... E tempo... E energia... Mas Projecto não é um dispêndio dos três.
Ou melhor, pode não ser. E isso só depende da perspectiva que adoptamos para olhar a disciplina.
Para futuros alunos, deixo aqui a dica...
A melhor forma de resolver o problema "Projecto" é olhar a disciplina como sua.

Sejam auto-didactas e não procurem alcançar objectivos generalistas!

Reformulem objectivos e  expectativas. Encontrem os vossos...
Não esperem que um plano, que é definido linearmente para 200 pessoas seja o melhor plano para vocês. Adaptem-se, retirem dele o que vos convier e complementem-no  com aquilo que considerarem importante para vocês!
Tornem vossa a disciplina!
As aprendizagens também não são de mais ninguém...

Escravidão.

[A propósito do trabalho proposto no âmbito do tema "Texto Argumentativo".]

Actualmente, mais de 12 milhões de pessoas são vítimas de trabalho escravo, em todo o mundo.
Cerca de 50% dos explorados são crianças.
O sexo feminino representa 56% das vítimas de exploração económica e 98% das vítimas de exploração sexual.
(Estes números fazem parte do relatório "Uma Aliança Global contra o Trabalho Escravo", elaborado pela Organização Internacional do Trabalho )


Os números são, geralmente, úteis, pois permitem analisar friamente quase todas as situações. Situações económicas, financeiras e até sociais podem ser traduzidas em números. Mas os números não contam histórias... Contam evoluções.

Olhamos positivamente para uma estatística que nos diz que o trabalho escravo diminuiu 5% num ano... Afinal 5% de 12 milhões é 600 000! Mas então e as outras 11 milhões e 400000 pessoas que continuam a ser vítimas de escravidão?

Os números permitem-nos manter uma distância de segurança... Não nos sentimos envolvidos quando falamos de 11 milhões e 400 000 unidades.

Mas pensemos nos nossos pais, irmãos, avós, tios, primos, amigos... Na dor de cada um deles. Agora, multipliquemos a sua dor por 11 milhões e 400 000 unidades. Transformemos os números em pessoas... Envolvamo-nos! Não é tão fácil manter a distância quando falamos de pessoas.

A verdade é que é preciso coragem para fazer esta tradução, pois corremos o risco de nos envolvermos e isso significa que nos preocupamos e a preocupação dá trabalho.
Por isso, sugiro que dêmos este passo! Envolvamo-nos, preocupemo-nos. pois só os que se preocupam têm o poder de fazer a diferença e deixar o mundo melhor do que o encontrararam...

E de que vale cá estarmos se não fizermos a diferença?

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Morre Lentamente.


...

quem não viaja, quem não lê, 


quem não ouve música, 

quem não encontra graça em si mesmo. 

(...)

quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,

não se arrisca a vestir uma nova cor 
ou não conversa com quem não conhece. 
(...)
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, 
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, 
quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos. 
(...)
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante... 
(...)
quem abandona um projecto antes de o iniciar, 
não pergunta sobre um assunto que desconhece 
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. 

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar. 
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade



Pablo Neruda

[ Depois de uma reunião de acompanhamento de Projecto, tomei conhecimento de que os trabalhos de meio de semestre escolhidos pelos alunos de Economia e Gestão foram maioritariamente sobre ética.
É razão para perguntar 'Porquê?'... Por que razão os alunos de Economia e Gestão da Universidade Católica optaram pela realização de um trabalho relacionado com ética, quando tinham, também, como opção Macroeconomia, uma área que, à partida, lhes é mais confortável.
O que me leva a outra pergunta... Por que razão a minha escolha seguiu a da maioria?

De facto, Macroeconomia interessa-me mais do que Ética.
De facto, a minha primeira inclinação foi fazer o trabalho de Macro.
Mas mesmo assim, fiz o trabalho de Ética e não o de Macro.

E então porquê?

A verdade é que sabia que tinha que estar plenamente à vontade com todos os conceitos macroeconómicos para realizar um bom trabalho. E não estava...
Como tal, escolhi o caminho mais fácil. Não arrisquei.

Tivesse eu optado por Macro e, por esta altura, estaria preparada para o próximo mini-teste.
Tivesse eu feito um esforço adicional, num dado momento, e essa decisão só me traria vantagens, a médio prazo.

Não o fiz e agora estou atrasada para o estudo da disciplina...
Que fique a aprendizagem para as próximas vezes.]

Invictus.




Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.


In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance,
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate
I am the captain of my soul.

William Ernest Henley

[ Vi 'Invictus' este fim-de-semana. O filme relembrou-me o poema de Henley...]

Don't Vote !

[Vídeo filmado pela altura das presidenciais nos E.U.A., quando Obama estava na corrida a Presidente.]


Desde muito nova que convivo com um irmão que é um aficionado por política…  Durante anos não percebi como é que isso era possível… Viver a política como quem vive um Clube?! Achava completamente impraticável viver fervorosamente debates de um grupo de pessoas que pareciam defender o que melhor lhes convinha e não o que convinha ao país. Pessoas corruptas, que só estavam na política por interesse! Esta era a minha  visão da política… Quer dizer, eu nunca tinha ouvido um debate mas era o que eu sabia do senso comum. Que a política é aborrecidíssima e, que político é sinónimo de ladrão.
E na verdade este meu desinteresse era desculpado pelo maior parte das pessoas, seguindo a teoria de que a política não é suficientemente apelativa para os jovens.
Mas depois vi um filme… É um triste lapso não poder citar integralmente aquilo que queria, mas foi algo como: “Ah tu não gostas de política?! Como é que isso é possível? Não te preocupas com a Saúde, a Educação, a Economia do País…? Não te interessa que o teu país apoie ou não uma guerra? Que a idade das reformas aumente, que a população envelheça e não haja população activa suficiente para garantir as suas próprias reformas no futuro? Realmente se não te importares, então a política não é para ti…”
Percebi que me importava... Foi então que comecei a pensar que realmente a política tinha um papel importantíssimo na sociedade, que eu não podia reclamar um direito ou protestar contra o não-cumprimento de uma determinada promessa política se eu não tivesse votado.
Por esta altura decidi que tinha que ser eu a criar a minha própria imagem da política. Tinha que lhe dar uma oportunidade e não podia olhá-la com um pré-conceito, o pré-conceito de que tudo na política é mau... Apercebi-me, com o tempo, e depois de ter criado o meu conceito de Esquerda e Direita, que a política era bonita e que o problema eram alguns políticos, ainda que não todos e, gosto de pensar, tão pouco a maioria.
Comecei a perceber que o afastamento dos jovens da política era resultado da não informação, e que esta não informação era culpa deles como tinha sido minha! Não podemos culpar os governos porque os debates são enfadonhos ou porque não fazem malabarismo na Assembleia… Lá, debate-se a vida real e a vida real não é feita, apenas, de grandes festas… Cabe aos jovens informarem-se, cabe aos jovens interessarem-se pelo País e pelo seu futuro, consciencializarem-se de que é inevitável que os próximos políticos sejam eles... A não ser que considerem a anarquia praticável! Estes jovens têm que crescer e deixar de ser encarados como crianças resmungonas que se queixam que a política está pouco direccionada para eles ou que é muito aborrecida! Crescer e serem eles a criar as iniciativas e a procurarem fazer política, deixarem o papel do pessimista que espera sentado ver as coisas acontecerem, enquanto atira a pedra e esconde a mão! 
Por favor, parem de culpabilizar os outros de algo de que só vocês têm culpa. Procurem, investiguem, informem-se, ouçam, comentem e verão que o bichinho nasce mais cedo ou mais tarde… Não estou a dizer que todos seremos deputados ou ministros ou vereadores, mas todos podemos ser interessados e informados! Além de que, tenho que admitir, faz-nos sentir realmente grandes podermos comentar um debate político e podermos comentar a legislação e as ideologias de um partido.
Eu gosto de afirmar que, agora, tenho uma cor política, que tenho uma ideologia e que, por isso, vivo o meu país mais intensamente… 
Ao interessarem-se, repararão que esta Ciência dos Gregos está presente em mais momentos e decisões da vossa vida do que possam alguma vez imaginar… Repararão que,  quando defendem a privatização das empresas, são de Direita e quando são a favor do casamento dos Homossexuais são de esquerda, que quando são contra as cotas das mulheres na assembleia  são de direita e que quando são a favor do aborto são de esquerda. Todas as vossas decisões têm uma tonalidade política, quer queiram quer não! Não podem fugir à política, portanto juntem-se a ela e construam com ela uma relação de amizade... 
Vale a pena…
Por isso que me apraz dizer que, hoje, já não sou um destes jovens sem cor! Hoje, tenho uma cor política!

Reli.

As pessoas crescidas gostam de números. Quando lhes falam de um amigo novo, nunca perguntam nada de essencial. Nunca perguntam: "Como é a voz dele? A que é que ele gosta mais de brincar? Faz colecção de borboletas?" Em vez disso, perguntam: "Que idade tem? Quantos irmãos tem? Quanto é que ele pesa? Quanto ganha o pai dele?" Só então julgam ficar a saber quem é o vosso amigo. Se contarem às pessoas crescidas: "Hoje vi uma casa muito bonita de tijolos cor-de-rosa com gerânios nas janelas e pombas no telhado...", as pessoas crescidas não conseguem imaginá-la. Precisam de lhes dizer: Hoje vi uma casa que custou 100 mil contos". Então já são capazes de a admirar: "Mas que linda casa!"


Embora os escritos permaneçam, a sua interpretação varia...

Diferentes pessoas, com diferentes origens, com diferentes contextos sociais, em diferentes fases da vida podem ter diferentes interpretações de um mesmo livro. Isto é óbvio....

O que não é tão óbvio é que a mesma pessoa possa ter diferentes interpretações de um mesmo livro.

Esta é a minha relação com o "Principezinho" de Antoine de Saint-Exupéry...
Li o livro várias vezes em diferentes fases da minha vida.
Quando não me apetecia ler...
Quando me apetecia ler...
Quando não tinha nada para fazer...
E quando não tinha tempo para não fazer nada...
Quando fui criança,
pré-adolescente,
adolescente,
jovem,
e agora...

Em todas estas vezes adorei o livro e em todas estas vezes descobri alguma coisa...
Sobre o livro... Sobre mim...  Sobre o mundo...

Como criança, adorei a história de um menino com muitos sonhos, que viajava pelo mundo.
Como pré-adolescente, identifiquei-me com o menino incompreendido. Embora os nossos problemas não fossem os mesmos, era-o o estado de espírito.
E agora, partilhei com o narrador a obssessão das pessoas crescidas com diversas inutilidades, futilidades. Eu, que sou quase uma pessoa crescida apercebi-me que me podia tornar uma delas.

Esta é, para mim, a magia do Principezinho... A capacidade de se reinventar.
Não conheço muitos livros assim. Não conheço muitos livros tão simples, com a capacidade de transmitir tantas e tão complexas mensagens.

Obrigada Antoine de Saint-Exupèry...